segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Brasileiros dominam o primeiro dia do torneio de cadeirantes da semana GK


Toda a delegação que representará o país no Parapan disputa o torneio profissional de premiação U$10 mil em Jurerê Internacional (SC). Rodada de sexta define semifinalistas.
O primeiro dia de jogos da Semana Guga Kuerten 2011 começou com grandes duelos nas quadras do Jurerê Sports Center, em Jurerê Internacional (SC). Dos brasileiros em quadra, quatro dos cinco convocados para os Jogos Parapanamericanos de Guadalajara, que acontece entre 12 e 20 de novembro, no México, avançaram nesta quinta. Os convocados Carlos “Jordan” dos Santos, Daniel Rodrigues, Maurício Pommê, Natália Mayara e Rejane Cândida são destaques nas chaves do torneio, que vai até o próximo domingo (09/10) nas quadras do Jurerê Sports Center. Todos, com exceção de Natália Mayara, que estreia nesta sexta, foram à segunda rodada. A rodada de sexta-feira abre às 9h e define ao longo do dia todos os semifinalistas do torneio.
Dos brasileiros que estrearam nesta quinta, o favorito Carlos dos Santos venceu Adalberto Rodrigues por 6/3 6/2 e agora enfrenta Charles Teixeira, enquanto seu parceiro de duplas, Maurício Pommê, venceu Marcos Vasconcellos por 6/1 6/3 e enfrenta Fábio Padilla. Daniel Rodrigues, cabeça-de-chave três, passou por Luiz Carlos Ferreira com parciais de 6/1 6/0. O outro favorito da chave, o brasileiro Rafael Medeiros, venceu o argentino Gustavo Ibañez por 6/0 6/1, e enfrenta agora o também portenho Agustín Ledesma.
Na chave secundária, o favorito Rômulo Soares estreou com vitória sobre Neivo Navarini por 6/0 6/3 e agora enfrenta Gustavo Maciel. Vitor Wang, Cesar Gabech e Flávio Santos também avançaram.
No feminino, Rejane Cândida foi a única a estrear, e venceu jogo duro contra a chilena Macarena Carillana, parciais de 2/6 7/5 e 6/4. Natália Mayara, número 42 do mundo, estreia nesta sexta diante da colombiana Johana Martinez, cabeça-de-chave três do torneio.
Para o tricampeão de Roland Garros, Gustavo Kuerten, a adição do torneio de cadeirantes na Semana Guga Kuerten vem pra enriquecer ainda mais o evento. “Uma vez eu sentei na cadeira pra tentar jogar e não tive nenhuma chance. O torneio de cadeirantes é a pedra mais preciosa da Semana Guga Kuerten, pela lição de vida que ela apresenta, pela história dos jogadores e por tudo que ela envolve”, disse Guga.
Pommê e Jordan, medalhistas de ouro no Parapan do Rio 2007, se lembraram da conquista da medalha de ouro e enalteceram a iniciativa de Guga. “A gente vai se lembrar pra sempre, foi uma tarde inesquecível. O clima ficou meio surreal na quadra, a torcida começou a se envolver muito e a gente foi pra vencer os caras. A gente sabia que aquele era um momento era pra vida toda. E agora a gente quer se preparar da melhor maneira possível pra voltar ao Parapan bem, a Copa Guga é muito importante pra nossa preparação, praticamente a última chance. Pra gente, que sempre busca nele inspiração pra melhorar, não podia ser melhor”, disse o número um do Brasil, Carlos “Jordan” dos Santos.
A disputa profissional entre tenistas cadeirantes é uma novidade nessa edição da Semana Guga Kuerten. O torneio abriu as atividades do evento e acumula pontos no ranking mundial da ITF. Segundo o chefe da delegação de tênis em cadeiras de rodas, Wanderson Cavalcante, este evento é excelente para a valorização do esporte e dos tenistas cadeirantes. “Fazer esta parceria com o Guga sempre foi um sonho. Os atletas além de competirem e somarem pontos, estão aqui para ver o Guga que é um grande exemplo para eles”, destaca. Para Gustavo Kuerten, esta modalidade também é muito importante. O atleta Carlos Santos, 41anos, que ocupa o 34º lugar no ranking mundial, veio competir no torneio da Semana Guga Kuerten. “Este é meu último torneio antes do Parapan, estou aproveitando os jogos, a estrutura e ainda a atmosfera e a presença do Guga”, destaca. O torneio de Cadeirantes da Semana Guga Kuerten vai até o dia 09, no Jurerê Sports Center, em Jurerê Internacional

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Homem ou o Automóvel???

A entrada do Drive Thru da loja  Habib's em Novo Hamburgo é um exemplo desta briga  e de o automóvel tem levado vantagem nessa história. Ainda mais tratando-se de cadeirantes...

Não se trata da falta de rampas mas do sobe-desce que estamos sujeitos, ainda tendo que dar preferência ao  automóvel em plena calçada.

Pesquisando "Missão e Valores" do Grupo  Habib's  encontra-se o seguinte: Valores Acessibilidade, qualidade, empreendedor, ousadia, inovação, dignidade, perseverança, hospitalidade. Gostaria de entender qual a noção deles de "Acessibilidade"...

Vejam as fotos







terça-feira, 23 de agosto de 2011

Buracos nas calçadas dificultam a acessibilidade em Novo Hamburgo



OLHEM COMO ESTOU NO VÍDEO


http://www.jornalnh.com.br/webtv/reportagem/338742/buracos-nas-calcadas-dificultam-a-acessibilidade-em-novo-hamburgo.html

Calçadas sem acessibilidade tornam a vida de cadeirantes um desafio diário.











Muitos dos passeios públicos têm desníveis ou buracos, o que dificulta a passagem de quem depende de duas rodas.




Novo Hamburgo
  - Se para quem anda a pé certas ruas e calçadas parecem armadilhas, para quem é cadeirante a situação piora e o problema da acessibilidade está no passeio público. Muitos estão quebrados, têm desníveis ou buracos, o que dificulta a passagem de quem depende de duas rodas. “Temos de subir e descer das calçadas de costas, para evitar quedas”, diz a arquiteta aposentada e diretora da Associação dos Lesados Medulares (Leme-RS), Celina do Amaral Miranda, 50 anos.
Atenção especial - Em frente ao Foro de Novo Hamburgo, há desnível entre asfalto e calçada. A escrivã da direção Janete Fabíola de Oliveira diz que os cadeirantes não precisam entrar por ali, pois há estacionamento no pátio e cadeiras de rodas disponíveis.


SAIBA MAIS
Segundo o titular da Coordenadoria de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência de Novo Hamburgo, Darwin Kremer, o caminho para garantir a acessibilidade é longo. Ele destaca que as calçadas, por exemplo, são responsabilidade dos proprietários dos imóveis. “Quando eles fazem, não se dão conta de que todas as pessoas têm de poder passar por ali.”
O valor da multa para o dono do terreno cuja calçada não estiver de acordo varia de R$ 107,67 a R$ 107.675,00
Para conscientizar sobre a necessidade de melhores passeios públicos, foi lançada a campanha Calçada Cidadã é Acessível a Todos. “Mas não adianta só ter rampas ou calçadas em boas condições. É preciso também uma mudança de atitude para que os deficientes tenham emprego e vida social”, diz Kremer.
O transporte público adaptado é outra reivindicação. A empresa de transporte Viação Hamburguesa tem 132 veículos e 28 são adaptados. Já na empresa de transporte Viação Futura são 52 veículos na frota e dez adaptados
Exemplo - Para Celina Miranda, o tema mobilidade avança em Novo Hamburgo, mas ainda tem muito a evoluir. Um bom exemplo dos avanços já pode ser visto no terminal rodoviário da Avenida 1º de Março, no Centro, que garante o acesso dos cadeirantes.


DESNÍVEL
No Centro Administrativo Leopoldo Petry, também há desnível entre o asfalto e o calçamento, no acesso pelo 1º andar. A assessoria de imprensa da Prefeitura diz que a situação será verificada para avaliar a necessidade de correção no local.

domingo, 14 de agosto de 2011

Deficientes: 60% de imposto para importar equipamentos tecnológicos especiais



Tarifa para comprar uma bengala com ultrassom ou uma cadeira de rodas motorizada é a mesma para trazer um home theater ou TV, por exemplo.


Campanha #euassino: Assine o abaixo-assinado você

A comparação pode até parecer absurda, e é! No Brasil, quem tem dinheiro para importar qualquer tipo de eletrônico paga exatamente a mesma tarifa de importação que aqueles que precisam trazer do exterior, por exemplo, uma bengala especial para cegos ou uma cadeira de rodas. É isso mesmo: quem precisa adquirir equipamentos especiais de acessibilidade paga, em média, 60% de imposto na alfândega. Claro, isso torna esses equipamentos tão caros que ficam fora da realidade da maioria dos brasileiros.


Somando os impostos alfandegários aplicados, o preço desses produtos pode duplicar ou, às vezes, até triplicar. "90% dos recursos de tecnologia existentes para as pessoas cegas são importados e com muitos impostos e encargos, o que acaba tornando os valores ainda maiores e que, por consequência, dificultam o acesso da camada mais significativa da população do nosso país", diz Beto Pereira, consultor de inclusão e acessibilidade do Laramara.


Robert Mortimer, coordenador técnico do LaraTec, disse que "coisas como relógios falantes, calculadoras, softwares para computadores utilizados para educar crianças e máquinas de escrever em braille, por exemplo, são produtos essenciais para a inclusão da pessoa. Todos são onerados com impostos que não são diferenciados com relação a qualquer outro produto do mercado", afirma.


Luiz Monteiro, auditor fiscal da Receita Federal, confirma: "na importação não existe isenção, e o portador de deficiência tem o mesmo tratamento que um cidadão comum ao trazer na sua bagagem alguns produtos do exterior".


Há mais de 60 anos, em 1950, a UNESCO elaborou o Acordo de Florença. A carta prevê a livre circulação e importação de objetos de caráter educativo, científico ou cultural. O documento também isenta das tarifas de importação qualquer tipo de objeto para a educação, progresso e inclusão social das pessoas com necessidades especiais. Mas isso só é válido desde que o produto não tenha uma produção nacional, o que confirma a necessidade da importação. Inexplicavelmente, o Brasil, que tem milhões de cidadãos com necessidades especiais, não faz parte do acordo.


Mara Gabrilli, deputada federal (PSDB/SP) diz que "existe até um grafico feito na convenção da ONU, que demonstra que, quanto mais equipamento, menos deficiência". Oficialmente, o Instituto Laramara é um dos únicos que importa legalmente equipamentos tecnológicos voltados para acessibilidade. Claro, eles pagam todos os impostos e, apesar de a renda ser totalmente voltada para outros projetos de inclusão para os deficientes visuais, os cerca de 200 produtos oferecidos são bastante caros.


Fonte e  vídeo:  http://olhardigital.uol.com.br/produtos/central_de_videos/deficientes_60_de_imposto_para_importar_equipamentos_tecnologicos_especiais


terça-feira, 2 de agosto de 2011

domingo, 31 de julho de 2011

Dicas de Relacionamento com as Pessoas com Deficiência

SMPED-SP lança 2ª Edição do Livreto Dicas de Relacionamento com as Pessoas com Deficiência



A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) lançou a 2ª Edição do Livreto “Dicas de Relacionamento com as pessoas com Deficiência”. A nova versão contém informações atualizadas e um formato gráfico diferenciado do livreto lançado anteriormente em abril de 2009.

Produzido em versão pocket, com uma linguagem simples e rápida, o livreto é repleto de dicas sobre como podemos nos relacionar com as pessoas com deficiência física, intelectual, auditiva, visual, surdocegueira e múltipla. A publicação apresenta também informações sobre a evolução das terminologias e alguns mitos e verdades sobre o tema. Este material não tem a pretensão de ditar regras, mas sim, compartilhar as experiências vividas pelos profissionais da secretaria nos últimos anos. A impressão dos novos exemplares foi feita com o apoio do Grupo Impacta Tecnologia.

Clique aqui para fazer o download do Livreto "Dicas de Relacionamento com as pessoas com deficiência"

Cartilha orienta PM como tratar pessoas com deficiência


Cada vez mais as pessoas com deficiência vêm conquistando espaços e representatividade em diferentes segmentos sociais, tendo o reconhecimento de suas potencialidades e a consequente abertura para o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades.

Apesar disso, há quem ainda não saiba como quebrar algumas barreiras existentes, principalmente no que diz respeito à comunicação, quando encontram com uma pessoa com deficiência. 

Na maioria dos casos, esse desconhecimento ainda leva a um enorme preconceito, fazendo-se necessário, portanto, conhecer as necessidades e peculiaridades dessas pessoas, já que esse desconforto, até certo ponto natural diante do “diferente”, somente será alterado através da conscientizando.

Diante desse cenário, a Polícia Militar do Estado de São Paulo lançou uma cartilha para orientar os policiais militares sobre a maneira mais adequada de atender ou se comunicar com qualquer pessoa, independente das suas limitações. Após inúmeras entrevistas com especialistas da área, além de uma pesquisa de campo com as próprias pessoas com deficiência - realizada na região da Vila Mariana, em São Paulo – a PM constatou que a maioria dos policiais não sabem se comunicar ao tentar auxiliar um deficiente. Por isso, a cartilha oferece dicas fundamentais para a melhora desse relacionamento, por meio de orientações simples que se estendem à todos os tipos de deficiência, seja física, visual, auditiva, intelectual ou múltipla. 

Para o comandante da Polícia Militar de Jaguariúna, Tenente Guilherme, a nova cartilha só vem a auxiliar no cumprimento do que institui a Lei. “Reza a Constituição Federal que a Polícia Militar, no exercício de sua função constitucional preventiva, deve garantir os Direitos Fundamentais de todos os seres humanos, em especial a vida e a integridade física, sempre respeitando os limites legais e princípios éticos. Assim, a PM deve agir de forma imparcial, sem qualquer discriminação ou preconceito. A cartilha, que já está sendo distribuída aqui em Jaguariúna, mostra de uma maneira prática como deve ser feito o atendimento a uma pessoa com deficiência e os cuidados que devem ser tomados em diferentes momentos”, afirma ele.
Visando auxiliar o policial nas situações corriqueiras do cotidiano, em que muitas vezes faltam informações rápidas sobre como agir, o material, de fácil manuseio, foi confeccionado para ser carregado sem transtornos pelos policiais. A cartilha conta com fotos ilustrativas para facilitar o entendimento e exemplificar casos que ocorrem com certa frequência, além de mostrar quais as atitudes que devem ser tomadas para ajudar um cadeirante e dicas de como se comunicar com um deficiente de forma adequada, no caso de uma ocorrência com uma pessoa com deficiência auditiva. 

A cartilha traz ainda alguns sinais utilizados para se comunicar com uma pessoa que tenha surdez, além do alfabeto completo e os números em braille e em libras. “Um grande exemplo aqui para nós é o tratamento correto a um cadeirante. A cartilha orienta de forma simples como o policial militar deve abordar uma pessoa com essa deficiência. Alem disso, mostra a maneira mais adequada de colocar ou mesmo tirar a pessoa da cadeira caso seja necessário ou mesmo quais são os procedimentos para ajudá-lo a subir uma escada de forma segura”, comenta o Tenente Guilherme.
Preocupação

Apesar de a cartilha de orientação ser uma novidade, o tema inclusão dos deficientes está inserido na PM há 11 anos. Atualmente todos os cursos de formação e especialização de policiais militares realizados na Polícia Militar do Estado de São Paulo possuem conteúdos temáticos abrangidos pela Legislação que assegura ao deficiente atendimento prioritário. O ponto de partida foi uma tese de mestrado do curso do Centro de Altos Estudos de Segurança, quando foi despertada a necessidade de ter uma participação mais efetiva da PM com os grupos vulneráveis, com informações, dicas e orientações. Outro fator que contribuiu para a elaboração desse novo material foi a quantidade expressiva da população brasileira que possui algum tipo de deficiência. De acordo com o Censo 2000, 14,5%, ou seja, cerca de 24,6 milhões de pessoas, possuem algum tipo de deficiência. Destes, aproximadamente 4,2 milhões encontram-se no estado de São Paulo, representando uma taxa de 11,35% da população com deficiência. 
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fonte: http://t.co/GgsA4sS

sábado, 25 de junho de 2011

Pessoas Com Deficiência: Aspectos Psicológicos, Intervenções Clínicas, Dificuldades e Possibilidades Profissionais

Professor Emílio Figueira
Embora minha intenção seja abordar neste artigo pontos, comportamentos e aspectos psicológicos de quem nasce ou adquire algum tipo de deficiência ao longo da vida, é preciso acentuar, logo de início, o grande erro em pensar na existência de técnicas especiais para atendimento psicológico de pessoas com deficiência. O que podemos dizer é que, dependendo da deficiência, poderá haver peculiaridades relacionadas à sua condição orgânica e, sendo congênita, física ou mental, ter implicações no desenvolvimento ou ajustamento da criança que, segundo Amiralian (1997, p. 35), “já ao nascer, apresenta uma condição orgânica diferente e que, portanto, vai constituir-se como pessoa a partir de uma estrutura orgânica peculiar”. Enquanto psicólogos dispostos a atuar nesta área, é fundamental o conhecimento das implicações geradas pela “perda orgânica para a dinâmica de personalidade e ajustamento pessoal e social daqueles que, por diferentes razões, vieram adquirir uma deficiência. Esses conhecimentos pressupõem a compreensão das limitações fundamentais impostas pelas deficiências e a compreensão das limitações das condições afetivo-emocionais que as acompanham”.
Nunca é demais lembrar que estamos falando de pessoas. E pessoas não são todas iguais. Assim como as que têm algum tipo de limitação não são todas iguais, não formam um grupo homogêneo. Do mesmo modo, a Psicologia não é uma ciência exata. Portanto, toda afirmativa pode ser perigosa, correndo o risco das generalizações, ou seja, cada caso é um caso!(grifo nosso)

A minha amiga professora Lígia Assumpção Amaral acentuava que muitos profissionais têm dificuldades em trabalhar com pessoas com deficiência. Isto porque, independente de sua formação profissional, são pessoas. E, como a maioria da população, trazem no inconsciente coletivo mitos, “pré-conceitos” e mecanismo de defesa com relação às pessoas com deficiência. Nem todos que se formam em Psicologia estão prontos ou desejam construir uma relação profissional-cliente com esse grupo.

Ter uma deficiência interfere tanto na pessoa que a possui (no desenvolvimento, aprendizagem, personalidade, relações familiares e sociais, aspectos estruturais ou funcionais), quanto no profissional que a atende. Na pessoa com deficiência essa intervenção está ligada a inúmeros fatores, tais como: tipo de deficiência, intensidade, extensão, época de sua incidência. Olhando o seu histórico, leva-se em consideração as oportunidades de desenvolvimento e ajustamento que foram oferecidas ou negadas ao paciente.

Com relação aos profissionais que têm dificuldades de atender e se relacionar com essa classe de pessoas, essa convivência pode levar-lhes a aflorar suas próprias limitações ou suas “deficiências” – num desabar de falsas sensações de onipotência. Por isto, a negação torna-se um mecanismo de defesa para o não atendimento. Amiralian (1997, p. 34), citando Fedidá, acentua que para muitos – e os profissionais de psicologia não estão isento disto -, “a deficiência é intolerável, não só por fazer ressurgir insuportáveis angústias de castração, destruição e desmoronamento, mas também por lembrar que o deficiente é sempre um sobrevivente que escapou de um cataclismo, de uma catástrofe que já ocorreu, o que poderá acontecer a qualquer um. (...) Como um espelho perturbador, pode fazer reviver angústias primitivas”.

Por outro lado, segundo Amaral, (1991, p. 19), “no exercício de suas funções dois “mundos diferentes” se encontram. (...) Alertados, conscientizados e, ao mesmo tempo, respaldados por esse saber recém-construído, muitos profissionais têm podido re-ver, re-pensar e re-fazer sua prática, tanto do ponto de vista técnico como das relações interpessoais”.

Por meio de experiências pessoais de suas significações de deficiências, o psicólogo estará apto a rever suas emoções, afetos, aprender com suas negações, sendo capaz de “conquistar a percepção da deficiência como um objeto compartilhado e de proporcionar ao nosso cliente um ambiente acolhedor e condições facilitadoras para sua aceitação dessa condição, favorecendo e possibilitando seu próprio desenvolvimento” (Amiralian 1997, p. 34).

Após toda a avaliação psicológica e fechamento do diagnóstico, é necessário avaliarmos realisticamente os nossos limites enquanto psicoterapeutas. Já nos chegaram notícias de colegas que atenderam casos além de seus níveis de habilidades e conhecimentos sobre questões que envolvem pessoas com deficiência. E o prejuízo foi ainda mais para o paciente.


Aspectos iniciais das deficiências adquiridas

Tanto os acidentes automobilísticos ou em ambientes de trabalho, mas principalmente as armas de fogo como outros motivos, têm sido as principais causas de aquisição de deficiência permanente no Brasil. Essas vítimas poderão passar por vários estágios iniciais assim estabelecidos:

CHOQUE: Quando elas realmente não captam o que está acontecendo, ou seja, que agora ela tem uma deficiência e, com isto, ainda não há sinais de ansiedade.

LUTO: Perda da motivação de conviver com essa realidade.

NEGAÇÃO: Fruto de uma carga de cobrança. É quando a pessoa que adquiriu uma deficiência sente o status de desvalorização da sociedade. Uma sensação de impotência pessoal e profissional que geram estados de autodesvalorização, sentimentos de segregação ou opressão. À medida que a pessoa seja capaz de rompê-los, liberta-se da falsa “proteção” gerada pelo mecanismo de defesa da negação.

RAIVA: Um estado importante de ser manifestado durante a percepção da dimensão de sua perda, permitindo ao sujeito uma “válvula de escape”. Às vezes, essa raiva é projetada no médico, na equipe de enfermeiras, nos familiares, podendo comprometer ou não o processo de reabilitação.

DEPRESSÃO: Pode resultar na diminuição de motivação, refletindo nos tratamentos e atividades.

DEFESA: Gera hostilidade, sendo que algumas pessoas podem permanecer nesse estágio indefinidamente, enquanto outras, numa defesa considerada saudável, somam esforços para enfrentar e buscar sua normalização tão normal quanto possível, reconhecendo as barreiras e buscando alternativas para contorná-las.

EXPECTATIVA DE RECUPERAÇÃO: Ao notar agora que uma nova realidade a cerca, surge a preocupação com a melhora de sua deficiência.

AJUSTAMENTO: Quando a pessoa deixa de considerar suas deficiências como algo que tenha que lutar, não mais como uma barreira intransponível, procurando formas de satisfazer suas necessidades e ser uma pessoa inclusa na sociedade.
          
Segundo Vash (1988, p. 14), há três níveis de reconhecimentos em quem adquire uma deficiência:


Nível 1: Reconhecimento dos Fatos - A pessoa entende a natureza e a extensão das limitações, a probabilidade de permanência e as realidades da estigmatização social, mas detesta cada parcela disso. A deficiência é vista como tragédia e tem valência negativa.

Nível 2: Aceitação das Implicações - A pessoa tem conhecimento das realidades de suas condições sem um sentido de perda e demonstra aceitação do que é sem recriminação. Os fatos e as implicações da deficiência estão interados num estilo de vida escolhido. A deficiência é vista como um inconveniente que pode ser controlado e tem valência neutra.


Nível 3: Acolhida da Experiência - A pessoa reconhece que sem a deficiência seria diferente do que é e não tem vontade de ser diferente. Existe a valorização do fato de que a deficiência foi, é, e continuará sendo um catalisador do crescimento, desde que lhe seja permitido sê-lo. A deficiência, como todas as outras experiências de vida, é vista como uma oportunidade ou dom, e tendo valência positiva.


Esses conhecimentos básicos são fundamentais para o início de nossa atividade de intervenção. Para não corrermos certos riscos, não podemos considerar algumas dificuldades ou problemas, manifestados pela pessoa com deficiência, como decorrentes da deficiência em si, e sim encará-las como decorrentes de condições ambientais insatisfatórias ou de perturbações em interações precoces. Nossa intervenção enquanto psicólogos deverá ser em amenizar as consequências das deficiências secundarias, não considerando as dificuldades pessoais como um impedimento para a pessoa ter comportamentos mais independentes ou produtivos devido ao seu problema orgânico. 


Separe as dificuldades apresentadas pelo paciente e as limitações realmente impostas pela deficiência, observando se são decorrentes de outros fatores dificultantes de sua atuação. “A deficiência não deve ser considerada como a causa de manifestação de perturbações psíquicas, mas como uma condição dificultadora para as interações com o ambiente”, segundo Amiralian (1997, p. 35).


Hoje, com tantos avanços sociais, legislativos, tecnológicos na engenharia da reabilitação e na medicina, há exemplo de terapias com células-troncos, em que muitas pessoas com deficiência adquiridas ou não, estão cada vez conquistando autonomia, superando suas próprias expectativas, transcendendo-se. Caberá a nós, enquanto psicólogos, estimular essa transcendência, conduzindo a pessoa admitir, em primeiro lugar, sua deficiência no reconhecimento dos fatos, aceitação das implicações e acolhida da experiência.


*Emilio Figueira Jornalista, psicólogo, pós-graduado em Educação Inclusiva e doutorado em Psicanálise. Autor de mais de quarenta artigos científicos nesta área e de vinte livros, dentre os quais destaca-se “Caminhando em Silêncio – Uma introdução à trajetória da pessoa com deficiência na história do Brasil”.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Para aonde vão os deficientes físicos?



Atuando como conselheiro da Casa Menino Jesus de Praga e da Kinder Centro de Integração da Criança Especial constato um grave problema social que se avoluma com o decorrer do tempo, ou seja, a partir da maioridade os portadores de deficiência física – tetraplegia, paraplegia ou hemiplegia - não possuem mais nenhuma possibilidade de assistência que deveria ser garantida pela Nação. Conforme consta na Constituição tida como redentora pelos políticos da época no capítulo II – Dos Direitos Sociais - art. 6º, que diz o seguinte: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.


Estes portadores de deficiência com a maioridade não possuem nenhuma possibilidade de recuperação, embora sua vida seja prolongada através dos tratamentos e das melhorias de saúde ocorridos na menoridade. O envelhecimento ou o falecimento dos seus pais ou parentes que lhes cuidam os deixam na rua da amargura. Existe no Senado um projeto que tramita há longo tempo, que tenta minimizar estes problemas, mas que não se sabe quando será aprovado e realmente cumprido. Segundo tese da assistente social da Kinder Luciane Cordeiro, o Brasil possui os seguintes portadores de deficiência: deficiência física, 4,1%; deficiência motora, 22,9%; deficiência mental permanente, 8,3%; deficiência auditiva, 16,7%; e deficiência visual 48,1%. Segundo dados do Censo de 2000 do IBGE, o Brasil possui 937.463 deficientes físicos, o Rio Grande do Sul 51.453 e Porto Alegre, 7.041. Também devemos considerar os deficientes mentais permanentes no Brasil, que atingem a 2.844.937, no Estado, 170.133, e em Porto Alegre, 21.649. O total de deficientes entre os que possuem deficiência motora (incapaz), deficiência auditiva, deficiência visual, deficiência mental permanente e deficiência física chega a 24.600.256 de brasileiros. Estes dados obrigam a sociedade cobrar de nossos governantes políticas públicas que efetivamente atinjam estes necessitados. O Brasil, visando a uma cadeira na ONU, assinou em Nova Iorque, no dia 30 de março de 2007, o texto da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Está na hora de os nossos governantes pensarem mais na população brasileira no que nas suas vaidades pessoais. Está na hora de saber para aonde vão os deficientes físicos.

Humberto Ruga
Conselheiro da Kinder e da Casa Menino Jesus de Praga
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=65387

ABAIXO-ASSINADO

Meu Amigo,


Acabei de ler e assinar este abaixo-assinado online:

«De Cidadãos em Apoio às PECs do Diploma de Jornalista»
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8603

Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que também concordarás. Assine o abaixo-assinado e divulgue-o por teus contatos.

Obrigado.
CELL MIRANDA


Manche automotivo permite guiar carro com uma só mão

Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/06/2011

O manche para carros elimina toda a concepção mecânica, aplicando tecnologias
baseadas na eletrônica, que oferece soluções mais versáteis

Engenheiros espanhóis desenvolveram uma espécie de manche para carros, permitindo que o veículo seja inteiramente guiado com apenas uma mão, incluindo direção, marchas e toda a sinalização.

Tecnologia inclusiva
A equipe da Universidade de Navarra inspirou-se em veículos-conceito apresentados há alguns anos, que substituíam os volantes por joysticks.
Mas isso não era suficiente, uma vez que o objetivo da pesquisa é permitir que os veículos sejam conduzidos, com apenas uma mão, por pessoas com mobilidade reduzida, tanto dos membros inferiores quanto superiores.
O resultado é bem diferente de umjoystick, trabalhando na horizontal, o que faz o dispositivo lembrar mais a manopla de uma motocicleta.
"Ao projetarmos o novo sistema, eliminamos do nosso conceito toda a tecnologia de concepção mecânica, aplicando tecnologias baseadas na eletrônica, que oferece soluções mais versáteis," disse o Dr. José Solaz, coordenador da pesquisa, referindo-se ao conceito conhecido como drive by wire, em que todos os controles do veículo são eletrônicos.

Manche para carros
Depois de analisar todas as opções disponíveis no mercado, incluindo carros-conceito e veículos elétricos, a equipe desenvolveu um dispositivo ergonômico mais próximo de um manche de helicóptero, contendo todas as funções.
Uma das melhorias foi alcançada com adição de motores que fornecem um feedback ao motorista, dando-lhe sensações idênticas às de uma volante tradicional.
Outra característica do novo dispositivo é um sistema que foi adicionado para imitar as percepções tradicionais do ato de dirigir, para que os motoristas possam obter as mesmas informações que a transmissão mecânica de um veículo proporciona.

Gosto ou necessidade
O sistema mostrou-se acessível a um grande número de motoristas com problemas de mobilidade e controle motor.
José Solaz destacou "a ergonomia do protótipo e o fato de que ele leva em conta os limites de força e capacidade de coordenação dos usuários."
Para o pesquisador, "estes aspectos são essenciais para que um conceito inovador seja visto como conveniente, fácil de usar e tão seguro quanto os controles tradicionais."
Pessoas com deficiência nos membros inferiores serão os maiores beneficiados com o manche automotivo, mas o protótipo é adequado para todos os tipos de pessoas, o que significa que ele poderá vir a ser adotado por uma questão de conveniência, e não apenas de necessidade.

Fonte: Site Inovação Tecnológica- www.inovacaotecnologica.com.br URL: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=manche-automotivo-guiar-carro-mao 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Contratar pessoas com deficiência: benefícios dentro e fora da organização


 Além de cumprir a lei, contratação de deficientes pode ser vista como estratégia das empresas que valorizam e respeitam o ser humano

05/05/2011
Em 1991 foi sancionada a Lei 8.213/91, que prevê a obrigatoriedade da contratação de pessoas com deficiência por empresas com mais de 100 funcionários. Segundo dados do Ministério do Trabalho, 14,5% é o percentual de deficientes em relação à população geral produtiva no Brasil. Destes, apenas 4,1% tem condições de entrar no mercado de trabalho. E dos 240,4 mil cargos ocupados por trabalhadores com algum tipo de deficiência no país, 50,8% possuem problemas físicos, 28,2% sofrem com dificuldades auditivas, seguidos pelos que tem deficiências visuais (2,9%), mental ou intelectual (2,4%), múltiplas (1,7%) e reabilitados (14%). "A contratação de deficientes ainda é baixa em relação ao esperado, mas está crescendo", afirma Eberson Luiz Federezzi, diretor da empresa de recursos humanos Global Network.
No Paraná 71,38% dos trabalhadores com deficiência inscritos nas Agências do Trabalhador conseguiram empregos efetivos no período de janeiro de 2008 a junho deste ano. "Um problema que dificulta a inserção deste tipo de candidato no mercado de trabalho é a falta de qualificação e formação profissional. Quem deseja estudar enfrenta uma série de desafios, desde a acessibilidade das escolas e universidades até o preparo dos professores para atender estes alunos", explica Eberson. 
Segundo o especialista, as empresas também precisam estar preparadas para receber estes profissionais. "É essencial que haja acessibilidade, equipamentos e materiais de auxílio necessários como softwares específicos, mas nada que seja extraordinário. O ideal é deixar bem claro quais serão as funções deste funcionário, para que ele mesmo exponha suas necessidades de acordo com o grau de sua deficiência", acrescenta. Também é necessário preparar quem já trabalha na empresa para receber o novo colega.
Além de cumprir a lei, a contratação de deficientes pode ser vista como estratégia das empresas que valorizam e respeitam o ser humano, primam pela cidadania e pela inclusão e buscam contribuir para uma sociedade melhor. "Quando a empresa possui este tipo de posicionamento, seus colaboradores também se tornam multiplicadores dessa ideia, disseminando valores e princípios louváveis a toda comunidade", ressalta. 
E os benefícios não para por aí. Os consumidores estão de olho na responsabilidade social das organizações, aumentando a competitividade. "Os ganhos dentro da organização também devem ser levados em consideração. Em geral este tipo de colaborador motiva a equipe a superar obstáculos e vencer desafios, procura estabilidade e busca explorar todo seu potencial. Eles só precisam de uma oportunidade para começar", finaliza.