terça-feira, 23 de novembro de 2010

Acessibilidade: um outro olhar

A questão da acessibilidade, predial ou urbana, tem assumido importância cada vez maior nas discussões da vida nas cidades dos dias atuais. Isso está ocorrendo a partir da globalização e da incorporação do conceito de “inclusão” que a mesma introduziu a realidade atual, desde a inclusão digital até a educacional, passando pela SOCIAL, seu mais importante aspecto no meu ponto de vista. Porem, não adianta somente introduzir um conceito sem que a sociedade mude de postura.

Confesso que, como cidadã e arquiteta, só comecei a olhar a questão de maneira mais atenta a partir de minha própria necessidade. Para muitos, acessibilidade se resume a construir rampas para que usuários de cadeiras de rodas possam atravessar uma rua, entrar num prédio público ou chegar a uma praça. Só que depois de entrar no prédio, os espaços de circulação normalmente não comportam uma cadeira de rodas, as mesas e os balcões não permitem aproximação do cadeirante, as portas são estreitas, há pequenos e imperceptíveis degraus internos e os banheiros são completamente inadequados.

Além do que esse conceito de “acessibilidade” atinge a uma parcela bem maior da população que simplesmente aos cadeirantes: idosos, gestantes, obesos, acidentados, pessoas que empurram carrinhos de bebê ou de compras, entre outros. Muitos locais, principalmente os comerciais, adequam o acesso no momento da necessidade, como um “quebra-galho” cotidiano, como se o PCD – pessoa com deficiência – fosse um intruso na cidade, um estranho ao local.

Eu, como PCD, não quero ficar esperando o funcionário encontrar e trazer a rampa para eu poder acessar o local; quero ter liberdade de ir e vir aonde quiser ou necessitar. Muitas vezes essas alternativas são inadequadas e aumentam a dificuldade do cadeirante: rampas estreitas e muito íngremes para vencer o degrau... Afinal, somos consumidores, necessitamos trabalho, pagamos impostos e lutamos por exercer nossa cidadania.

domingo, 21 de novembro de 2010

“Falar em acessibilidade não significa só aquela urbana, mas também, e muito em especial, a acessibilidade às emoções, à solidariedade, à abertura dos corações para todas as pessoas que habitam esse planeta.”
Gilberto  Stanieski  Fº, advogado, tetraplégico por acidente automobilístico. http://bit.ly/btXMLn

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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A resposta do Prefeito.

----- Original Message -----
Sent: Monday, November 08, 2010 7:06 PM
Subject: Re: Fw: Fw: Opinião

Querida amiga Celina, (c.c. para Darwin): agradeço tua mensagem e parabenizo pela preocupação demonstrada e, sobretudo, para fazê-la chegar ao município.
Talvez seja pura coincidência mas, na noite do dia 7, liguei para o Darwin solicitando a legislação que regulamenta a acessibilidade, o que ele me enviou esta manhã. A necessidade de consultar a lei surgiu exatamente na análise do projeto de lei que estamos preparando e que vai regulamentar o transporte coletivo em NH. Por conta da legislação recebida, já incluí como um dos princípios do transporte de NH a acessibilidade e, portanto, nosso sistema não poderá contar com veículos que não estejam adequados para tal.
Por isso, se micros não puderem atender esta exigência, não teremos micros.
Abraços à Celina e ao Darwin e meus cumprimentos pela luta de vocês que também é minha.
Tarcisio

Opinião

Em resposta à matéria Novo Hamburgo: transporte municipal vai passar por reformulação http://www.jornalnh.com.br/site/noticias/geral,canal-8,ed-60,ct-194,cd-290194.htm


“Transporte municipal vai passar por reformulação” é o título da matéria do Jornal NH, página 8, de 3 de novembro de 2010, já que a cidade se prepara para a chegada do trensurb. Com certeza, novas regras serão adotadas, o que é preciso para acompanhar as mudanças que estão em curso em Novo Hamburgo. E, enquanto as regras não forem aprovadas, nada muda e não pode ser lançado o edital de licitação de concorrência do transporte coletivo municipal.
Neste momento, para alguns a dúvida maior é o valor da tarifa, horários, itinerários, integração e como essas mudanças afetarão suas vidas. Já para mim – e meus pares – é a acessibilidade. Hoje são inúmeros os ônibus adaptados que nos servem, aos cadeirantes. Com a ampliação do número de veículos adaptados para cadeiras de rodas mais e mais pessoas que usam cadeira de rodas utilizam a facilidade de locomoção que o serviço proporciona.
Mas ao ler “O modelo dos veículos também deverá mudar. Serão utilizados micro-ônibus, principalmente na área central, contribuindo com o projeto de revitalização” fico preocupada. Melhor dizer A-PA-VO-RA-DA! Nunca vi e não conheço micro-ônibus com adaptação para cadeira de rodas. Como será resolvida essa questão?
Não é possível admitir um retrocesso justamente no momento há um incremento no número de ônibus adaptados nas frotas das empresas de transporte coletivo. A partir da colocação dos veículos adaptados as pessoas dependentes de cadeira de rodas puderam sair de casa e adquiriram uma nova condição de vida, através da liberdade de locomoção.
Participo da LEME – Associação dos Lesados Medulares do RS – e vários de nossos associados utilizam o transporte coletivo no seu dia-a-dia. Os ônibus adaptados permitem que eles estudem, resolvam questões bancárias, se desloquem ao seu médico ou farmácia comunitária, venha à LEME, tenham ampliado seu convívio social e opções de laser. Como abrir mão dessa liberdade recém adquirida?
As legislações para transporte coletivo beneficiam o cadeirante. Que a nova proposta de organização para o transporte coletivo de Novo Hamburgo não deixe de contemplar esse aspecto de suma importância para o exercício da cidadania.